O TEMPO QUE PASSEI NO CÉU

Livro: 90 Minutos no céu
Autor: Don Pipper

Na lista dos livros The New York Times mais vendidos


Teve medo e disse: "Temível é este lugar! Não é outro, senão a casa de Deus; esta é a porta dos céus."Gênesis 28:17

Quando morri, não saí flutuando por um túnel comprido e escuro. Não senti nada especial quando fui ou quando voltei. Nunca senti meu corpo sendo transportado na direção de nenhuma luz. Não ouvi vozes me chamando, nem qualquer outra coisa assim. Logo depois de minha última recordação visual da ponte e da chuva (lugar do acidente automobilístico), uma luz me envolveu totalmente com um fulgor muito além de qualquer compreensão ou descrição humana. Só isso. Assim que recobrei a noção das coisas, eu estava de pé no céu.

Senti a alegria pulsando através de meu ser quando olhei em volta, e naquele momento percebi que havia uma grande multidão naquele lugar. As pessoas estavam diante de um portão brilhante e adornado. Eu não tinha a menor idéia de quão distantes estavam; coisas como distância não eram importantes. Quando a multidão correu em minha direção, não vi Jesus, mas vi pessoas que eu conhecera. Conforme elas avançavam, instantaneamente tive a noção de que todas haviam morrido durante minha vida na Terra. A presença delas parecia algo muito natural. As pessoas se lançaram em minha direção, e todas estavam sorrindo, gritando e louvando a Deus. Embora ninguém dissesse, intuitivamente percebi que elas faziam parte de meu comitê celestial de boas-vindas. Era como se todas tivessem se reunido do lado de fora do portão do céu, esperando por minha chegada...

Tudo pelo que passei era como um banquete de primeira classe para todos os sentidos. Nunca fora abraçado de maneira tão calorosa nem vira tanta beleza reunida antes. A luz e a textura do céu estão além do olhar humano e de qualquer explicação. Uma luz cálida e radiante me envolvia. Quando olhei à minha volta, mal consegui captar tantas cores vivas e deslumbrantes. Todas as nuanças e todos os tons ultrapassavam qualquer outra coisa que eu já tivesse visto.

Fiquei admirando o rosto das pessoas mais uma vez ao perceber que todas contribuíram para que eu me tornasse um cristão ou incentivaram meu desenvolvimento espiritual. Cada uma delas me influenciou de modo positivo; cada uma, de alguma maneira, exerceu determinado impacto sobre a minha vida e me ajudou a ser um discípulo melhor. Eu sabia — mais uma vez, uma daquelas situações em que eu sabia sem ter muita certeza de como assimilara a informação — que a influência delas havia contribuído para eu poder estar ali, com toda aquela multidão, no céu.

Eu não tinha consciência de nada que deixara para trás. Também não sentia arrependimento por ter deixado a família ou minhas posses. Era como se Deus tivesse removido de minha consciência tudo quanto havia de negativo ou que fosse motivo de preocupação. Eu só conseguia exultar por estar com aquela gente tão maravilhosa.

Assim que cheguei ao céu, vi as pessoas diante de mim, correndo em minha direção para me abraçar. Em qualquer direção que eu olhasse, via alguém a quem amara ou que havia me amado. A multidão me cercava, movimentando-se de modo que todos tivessem a oportunidade de me dar boas-vindas ao céu.

Eu me senti muito amado — mais amado do que fora durante minha vida na Terra. Ninguém precisava declarar seu amor por mim. Não me lembro das palavras que as pessoas usavam. Quando elas olhavam para  mim, eu entendia o significado bíblico de "amor perfeito". Ele emanava de todas as pessoas à minha volta.

Quando olhei adiante, tudo parecia ficar maior, como se fosse uma colina que continuava a crescer sem parar. Achei que veria alguma escuridão do outro lado do portão, mas até onde eu conseguia distinguir, nada mais havia além de uma luz intensa e radiante. Em contraste, a luz poderosa que eu vira quando encontrei meus amigos e entes queridos era ofuscada e desaparecia na proporção em que cresciam o resplendor e o brilho que vinha do portão. Era como se cada passo meu intensificasse a luminosidade. Eu não sabia como, mas o lugar se tornava mais e mais deslumbrante. Era algo semelhante a abrir, de uma só vez, a porta de um quarto escuro e penetrar na luminosidade do sol do meio-dia. Assim que a porta se abre, os raios do sol irrompem, deixando a pessoa cega durante alguns instantes.

Eu não fiquei cego, mas me impressionou o fato de o resplendor e a intensidade da luz continuarem aumentando. Pode até parecer estranho, mas por mais brilhantes que fossem todas as coisas naquele lugar, a cada passo que eu dava, maior era o esplendor. Quanto mais eu caminhava, mais intensa era a luz. Fui envolvido por ela e tive a sensação de que estava sendo conduzido à presença de Deus. Embora nossos olhos terrenos precisem se ajustar gradualmente à luz ou à escuridão, meus olhos celestiais enxergavam tudo com facilidade absoluta. No céu, todos os nossos sentidos são potencializados para que sejamos capazes de perceber tudo quanto nos cerca. É uma grande celebração Sensorial!

Fui tomado de um espanto santo conforme segui adiante. Eu não tinha idéia do que estava por ver, mas sentia que, a cada passo que dava, a coisa ficava mais extraordinária. Foi então que comecei a ouvir a música. Uma infinidade de sons tomou conta de minha mente e de meu coração. É muito difícil tentar explicá-los. Contudo, o mais impressionante de todos era o das asas dos anjos. Eu não os via, mas o som era uma melodia linda e santa, em uma cadência que parecia não ter fim. O sibilar das asas ressoava como se fosse uma forma de louvor eterno. Quando ouvi, simplesmente sabia do que se tratava. Outro som permanece ainda hoje como a lembrança mais vivida e singular que tenho de toda a minha experiência celestial. Eu o chamo "música", mas era diferente de tudo quanto eu já ouvira ou um dia poderia ouvir na Terra. As melodias de louvor tomavam conta de todo o ambiente.

Durante os minutos que permaneci no céu (sendo que, enquanto estive lá, eu não tive a noção de tempo), outras pessoas me tocaram, e os abraços carinhosos que recebi eram absolutamente reais. Vi cores que jamais imaginara que pudessem existir. Nunca me senti tão vivo quanto naquele momento.

Eu estava em casa; estava no lugar ao qual pertencia. Queria continuar ali mais do que jamais desejei estar em qualquer outro lugar da Terra. O tempo havia desaparecido, e eu estava simplesmente no céu. Todas as preocupações, ansiedades e tensões sumiram. Eu não tinha necessidade de nada; sentia-me perfeito.

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