Permanecer para Viver

João 8.31,32:
"Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: "Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos.
E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará".


A leitura evangélica deste dia começa com esta solene e profunda afirmação: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade nos libertará”.

João gosta de usar as expressões permanecer, permanência. O contrário de permanecer é se ausentar, distanciar-se. Um pai e uma mãe permanecem na vida dos filhos, uma enfermeira permanece atentamente junto a um doente que acaba de dar entrada na emergência. Um esposo permanece ao lado da história e da vida de sua mulher. Permanecer quer dizer proximidade. O outro pode contar com... há uma força nessa proximidade e no estar perto. Não basta apenas estar com as pessoas exteriormente, importante que uns se façam permanentemente presentes à vida dos outros.

Jesus fala de permanecer na sua palavra. O que quer dizer isso? Não se trata apenas de uma compulsiva leitura da Bíblia, de um contato nervoso com o texto. A palavra se confunde com Jesus. Ele é a comunicação, a verdade, a força, a palavra de Deus que se fez carne, história, misericórdia, bondade, dom até o fim. Hoje, ele é o ressuscitado que alimenta a vida dos seus discípulos, na esfera da fé.

Ao longo da vida a palavra ouvida vai formando o discípulo. Na infância, na juventude, na idade madura, na hora do casamento, na alegria, nas preocupações os discípulos estão ligados a Cristo, que neles permanece. Permanecer no Senhor é ser fiel a esse que nos arrancou das trevas para sua luz admirável.

Nesse processo de intimidade com o Senhor, os discípulos vão conhecendo a verdade, verdade pessoal, verdade do próprio casamento, verdade do ser cristão, verdade pastoral, verdade na palavra dada, verdade dita mesmo em prejuízo próprio, verdade que pode significar coerência, conformidade entre o que se pensa e o que se diz, entre o que se é e o que se mostra.

Para dizer-se discípulo de Cristo não basta experimentar algum sentimento de simpatia por ele e por sua doutrina, ou inflamar-se por ele em alguma circunstância particular e por sua doutrina, mas cumpre a ele aderir habitualmente, com adesão vital que inspire praticamente todas as atitudes. A adesão cordial à verdade, o progresso na luz e a libertação das seduções do mal são os três grandes marcos da vida espiritual em seus inícios, segundo vemos na Epístola de João.

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