Você faz o que deseja
Quais são os rituais que iniciam seu dia? Muitos de nós adotamos hábitos diários sem maior ponderação. Nossos rituais diários incluem um ciclo de "checagens": do e-mail, do FB, do Instagram, do Twitter, do jornal.
Um ET (extraterrestre) poderia interpretar nossa posição curvada sobre nossos smartphones como um tipo de devoção religiosa a algum talismã eletrônico.
E se esses rituais não forem apenas algo que você faz? E se eles também estiverem tendo um efeito em você? E se essas práticas forem verdadeiras "liturgias" de algum tipo? E se buscar a Deus em nossas vocações exigir nossa imersão em rituais que orientem nossas paixões?
Deus tem interesse em cada centímetro quadrado da criação - não apenas na igreja e teologia, mas também em filosofia e na física, no direito e na economia, na agricultura e nas artes. Devemos ver nossa vocação como forma de buscar a Deus - fazendo com integridade, independência e intrepidez cristãs.
Deus não apenas nos impele, mas também nos atrai. Nós buscamos aquilo que amamos.
Virtudes são hábitos que exigem prática. Hábitos são disposições adquiridas integradas em nosso caráter. E o modo de adquirirmos esses hábitos é por meio de prática e repetição - por meio de rituais.
Assim, o amor que nos atrai para Deus é algo que cresce por meio da prática e da repetição. Se quisermos buscar a Deus em nossas vocações, precisamos nos imergir em rituais, ritmos e práticas por meio das quais o amor de Deus penetrará em nosso caráter, passando a fazer parte não apenas do que pensamos, mas também de quem somos.
Esse é um dos motivos pelos quais o culto/a missa não é um tipo de escape "da semana de trabalho". Pelo contrário, nossos rituais de adoração treinam nosso coração e direcionam nossos desejos para Deus e para seu reino, de modo que, quando somos enviados da igreja para o trabalho, fazemos isso orientados por nossos hábitos na direção do Amante de nossas almas.
Assim, viver, mover-se (escolhas) e existir (colher o semeado) requer algo a mais; além do encontro semanal na igreja, precisamos pensar em práticas que moldem hábitos - em liturgias vocacionais - as quais podem sustentar esse amor ao longo da semana.
Pensemos de forma criativa sobre os ritmos, rituais e rotinas que fariam as boas-novas penetrar em nós ao longo da semana.
Fonte :
Livro Você é aquilo que ama, James K A Smith; capítulo 7 - Você faz o que deseja.
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