UMA VIDA ABUNDANTE



O MANDAMENTO DE VIVER

Tanto nos queixamos dos problemas, trabalhos e penalidades de nossa vida diária que corremos o risco de esquecer que a vida é uma dádiva, o grande dom (presente) que todos recebemos de Deus. Se não tivéssemos nascido, ninguém sentiria nossa falta. Ninguém teria notado a nossa ausência.

E, apesar de tudo, vivemos. Operou-se esse milagre único e irrepetível que é minha vida. Como diz o pensador judeu Martin Buber, “cada um dos seres humanos representa algo novo, algo que nunca antes existiu, algo original e único”. Ninguém antes de mim foi igual a mim e jamais o será. Ninguém verá o mundo com meus olhos. Ninguém acariciará com minhas mãos. Ninguém orará a Deus com meus lábios. Ninguém nunca amará com meu coração. 

É tarefa minha e sou eu posso viver. Se eu não a faço, ficará para sempre sem fazer. Haverá no mundo um vazio que ninguém poderá preencher. Por isso, ainda que muitas vezes o esqueçamos, o primeiro mandamento que nós humanos recebemos de Deus é viver. Mandamento que não está escrito em tábuas de pedra, mas gravado no profundo de nosso ser.

Nosso primeiro gesto de obediência a Deus é viver, amar a vida, acolhê-la com coração agradecido, cuidar dela com solicitude, desenvolver todas as possibilidades encerrada em nós.

Mas viver não significa apenas assegurar um bom funcionamento do nosso organismo físico, ou conseguir um desenvolvimento harmonioso do nosso psiquismo, mas crescer como seres plenamente humanos. O ideal de mens sana in corpore sano ( mente sã num corpo são) pode ser algo perfeitamente inumano e empobrecedor, se não vivermos escutando o chamado do Criador, abertos ao amor, criando em nosso entorno uma vida sempre mais humana.

São muitos os cristãos que não chegam sequer a suspeitar que a fé é precisamente um princípio de vida, e vida sadia. Falta-lhes descobrir por experiência pessoal que Deus não é alguém a quem convém ter em conta casualmente, mas que Deus é precisamente e antes de tudo “alguém que alimenta em nós uma esperança indestrutível, quando a vida parece apagar-se para sempre.

 Ao ouvir as palavras de Jesus “eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (João 10:10), o crente não precisa recorrer a outros para que lhe expliquem seu sentido. Ele reconhece a voz de Seu Pastor e sabe que são verdadeiras.

Fonte: Livro: O Caminho Aberto por Jesus - Evangelho de João; José Antonio Pagola

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