Uma Virtude Crucial Para Relacionamentos Saudáveis
O texto está dirigido aos membros de uma comunidade onde parece haver problemas (e onde é que não há?): divisões entre grupos, problemas de convivência…
O Evangelho traz uma característica primordial do cristão que imita Jesus: a humildade ativa para com Deus e os irmãos.
Essa humildade Jesus apresenta quando há uma divergência que pode gerar conflito e separação. Só a humildade nos mantém no caminho de Deus. Caminho que gera dignidade, alegria e paz.
Depois de recordar a parábola da ovelha perdida, o evangelista apresenta casos práticos de reconciliação na comunidade.
- Frente ao individualismo, a responsabilidade comum
– Antes de condenar, acusar esta pessoa deve-se busca-lo assim como o pastor que busca a ovelha perdida e reconduzir ao caminho correto. Mas, temos uma tentação imediata de condenar e não de ir ao encontro.
– Todo e qualquer processo de perdão tem que ter em conta a pertença à família, a comunidade e é nela que a reconciliação acontece… As três fases apontadas: se houve ofensa, primeiro vai ter com o teu irmão; se não te der ouvidos, busque ajuda; se, mesmo assim, o caso não ficar resolvido, não entre em conflito … Todos estes passos confluem na responsabilidade comum: à proposta do amor e da convivência pacífica.
– A reação num conflito muitas vezes é: “porventura sou eu o guarda do meu irmão?” Pois bem: a prática da Igreja, seguindo os ensinamentos bíblicos (Ezequiel 33:7-9) e de Jesus, vem dizer o contrário: todos somos responsáveis…
– Face ao individualismo reinante na nossa sociedade que gera o egoísmo e o desinteresse pelos demais, Jesus propõe que sejamos co-responsáveis e que assumamos os erros para serem perdoados e para que a reconciliação seja possível…
– O perdão só acontece num contexto de amor e compaixão em vista do bem comum … Apesar das dificuldades em perdoar é preciso reconhecer que todos precisamos do perdão uns dos outros… Perdoar é um ato de misericórdia e, ser perdoado, é um ato de humildade… Esta convergência dá-se na família e em comunidade.
- Construir pontes: dialogar, escutar…
– Não podemos ser ingénuos: na comunidade deve reinar a paz, a concórdia, o respeito mútuo, a compreensão,… Mas nós somos instrumentos débeis que, com alguma facilidade, quebramos a comunhão… O vício do individualismo perdura…
– É por isso que a discípulo de Cristo, mais do que nunca, é chamado a exercer o seu papel: a procura contínua da reconciliação… Este processo não pode ser automático: exige um compromisso constante de conhecimento mútuo e de respeito pelo outro, de diálogo, de escuta, de abertura à diversidade… E que cada um busque, acima de tudo, a paz e a harmonia…
– Isto não é só para a família, é para a comunidade cristã, é para a, para o grupo de trabalho, para os encontros sociais (que tantas vezes acontecem só para dizer mal dos outros!…
É ocasião para perguntar como é que andam as nossas relações e como exercemos a nossa responsabilidade quanto ao caminho que os outros trilham…
Concordemos ou não, se queremos construir pontes e relacionamentos onde reine a paz, temos que assumir que “somos guardas do nosso irmão” (não no sentido de o controlar, mas na co-responsabilidade).
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