A paixão de Jesus - O mistério da Cruz
Evangelho Lucas 23,1-49
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo + segundo Lucas
No Domingo de Ramos somos todos convidados a dirigir-nos para Jerusalém e a recordar o que lá se passou no termo da grande viagem de Jesus em direção à cidade.
O Evangelho de São Lucas, que nos acompanha neste ano litúrgico, diz-nos logo muito cedo, em Lc 9,51, que “como estavam a completar-se os dias da sua elevação, Jesus tomou a firme decisão de ir para Jerusalém”. Muitas coisas aconteceram durante esta longa caminhada mas, o evangelista vai recordando sempre que o profeta é rejeitado e não é admissível que um profeta morra fora de Jerusalém (Lc 13,33). Em Jerusalém vai consumar-se tudo o que foi escrito por meio dos profetas acerca do Filho do Homem (Lc 18,31).
Jesus vai adiante, subindo para Jerusalém, e chega a Betfagé e a Betânia onde inicia a fase final da sua caminhada, montado num jumentinho e aclamado pelas multidões na descida do monte das Oliveiras (Lc 19,27-40). Isto não impediu que Jesus chorasse sobre a cidade por não ter reconhecido aquilo que lhe traria a paz e anunciasse a ruína que haveria de se abater sobre ela (Lc 19,41-44).
Eis por que este Domingo é, ao mesmo tempo, de aclamação e de festa, de entrada triunfal, e também de paixão. Aquele que é aclamado como rei, é o servo maltratado e insultado, o profeta que é morto na cidade. Jerusalém é a grande cidade onde tudo isto se passa como se poderia passar hoje nas grandes metrópoles da atualidade: riqueza e poder, triunfo e glória; a par dos abandonados, do sofrimento e da morte.
- Pórtico
– O Domingo de Ramos é o pórtico de entrada na Semana Santa: é mesmo o pórtico porque já estamos junto da entrada mas ainda não entrámos totalmente no edifício… Já podemos ver o que está dentro mas, ainda não entramos totalmente…
– Esta porta dá acesso ao mistério central da nossa fé, da humilhação e da exaltação de Jesus… Os dias da Semana Santa são de contemplação e de silêncio… Estes dias não são para se colocar no lugar dos espectadores mas para assumir a nossa condição de autênticos discípulos…
– Nas leituras, encontramos referências à Quinta-Feira Santa, à paixão, morte e ressurreição de Jesus… Sabemos o caminho e conhecemos o final…
– Estamos à porta e queremos acompanhar Jesus no tríduo Pascal… Não queremos fazer a figura dos que num dia aclamam vitoriosamente e poucos dias depois exigem a crucifixão… Queremos acompanhar Jesus e estar perto d’Ele…
- Jesus morreu como viveu
– Jesus morreu como viveu… É a verdade nua e crua de todo o processo de Jesus: morreu por amor dos outros, dando-se totalmente, sem reservar nada para si próprio…
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