Como se deve estar em comunidade e caminhar juntos
A fé não necessita de provas mas, em todo o caso, talvez nós precisemos de uma confirmação, de um PCR (COVID-19) ou qualquer coisa do gênero para que certifique aquilo de que já havia vários sinais.
Sempre nos acompanham dúvidas, incertezas, momentos difíceis na nossa vida, fracassos que nos fazem desabafar como Tomé: “se não colocar as minhas mãos no lugar dos cravos, não acreditarei”.
E depois vem a resposta: “A paz esteja convosco”, aproxima-te, aqui tens as minhas mãos e o meu lado…” Mãos de misericórdia, o lado de onde brotou o Espírito e a vida…
A misericórdia é um dom da ressurreição como ouvimos no Evangelho: “recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados…” A misericórdia é fruto da fé na ressurreição: se eu acredito, aceito e assumo o compromisso que deriva da fé.
O fato de acreditar supõe todo o dinamismo da mudança: o que tem fé obriga-se a fazer diferente e a envolver toda a sua vida no ato de crer.
- As razões de Tomé
– A nossa cultura é predominantemente científica e técnica. No campo científico domina a chamada racionalidade baseada na verificação empírica: o conhecimento vale, não tanto pelos argumentos racionais e pela autoridade de quem o transmite, mas sobretudo pela capacidade de explicar com os fatos aquilo em que se acredita… Daí que, com frequência, se ouça dizer: “eu só acredito naquilo que posso tocar (experimentar, provar pela experiência) …” Mais ou menos como Tomé: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, não acreditarei…”
- Caminhar juntos
– Precisamos caminhar juntos e colaborar neste processo com abertura e franqueza para que os problemas da Igreja sejam encarados com a participação de todos…
– O que aconteceu com Tomé é um belíssimo exemplo de como se deve estar em comunidade e caminhar juntos. Sozinho e fora do grupo, Tomé não pode fazer a experiência da ressurreição, tem dificuldade em acreditar, e só quando se junta com os outros, precisamente no primeiro dia da semana, no Domingo, é que faz a experiência da fé… Só o encontro com os outros, no diálogo e na celebração é que o leva a fazer uma das mais belas profissões de fé: “Meu Senhor e meu Deus”…
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