Como viver em paz consigo mesmo e com os outros
Evangelho: Lucas 18,9-14
“Meu Deus tem compaixão de mim”.
Na Palestina os devotos oravam três vezes por dia: às nove da manhã, ao meio dia, e às três da tarde. Considerava-se que a oração era especialmente eficaz se fosse oferecida no templo, de modo que nessas horas muitos foram aos átrios do templo a orar.
A dois desses homens se referiu Jesus.
(1) Um deles era um fariseu. Este foi realmente para orar a Deus. Orava de si para si mesmo. A verdadeira oração é oferecida sempre a Deus e só a Ele. Um americano descrevia cinicamente a oração de um pastor como "a oração mais eloqüente que tenha sido oferecida ante um auditório de Boston". O fariseu em realidade estava dando testemunho de si mesmo perante Deus.
(2) O outro era um coletor de impostos. Este se mantinha afastado, e nem sequer elevava os olhos a Deus; sua oração foi: "Deus, sê propício a mim – o pecador", como se não fosse meramente pecador, e sim o pecador por excelência. Jesus disse: "E foi sua oração penitente, depreciativa, a que ganhou a aceitação de Deus."
Como é que nós nos dirigimos a Deus? Somos daqueles que se consideram superiores aos outros, que exigem que nos agradeçam pelas nossas “boas obras”, ou dos que assumem o espírito das bem-aventuranças, da Boa Notícia do amor e da ternura de Deus?
A verdadeira oração brota da aproximação de nossas vidas a de Deus. Então a pergunta não é: "Sou tão bom como meus semelhantes?" A pergunta é: "Sou tão bom como Deus?" Tudo depende de com o que nos comparemos. E quando pomos nossas vidas ao lado da maravilhosa vida de Jesus, e da santidade de Deus, tudo o que fica por dizer é: "Senhor, tem misericórdia de mim, o pecador."
O pecado que o Evangelho denuncia pode chamar-se de “aristocracia espiritual”: considerar-nos a nós próprios bons e justos e olhar com certo desprezo para os outros; sentir-nos seguros pelos méritos que julgamos ter conseguido diante de Deus e menosprezar os outros…
Onde há muito “eu” há pouco Deus!
Quem pode autojustificar-se se há orgulho, vaidade, egoísmo, preguiça, etc em sua alma? Quem poderá ter uma consciência tranquila diante da injustiça que nos rodeia? Ninguém pode ficar satisfeito com o que é se não alcançou a mentalidade e frutos como o de Jesus Cristo!
Ninguém se pode considerar bom quando há tanto sofrimento e tantos problemas à nossa volta; muito menos desprezar os outros e reivindicar direitos diante de Deus…
“Não oro para que Deus faça a minha vontade, mas para que eu me adeque a vontade dEle.” C. S. Lewis
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