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Mostrando postagens de abril, 2020

Igreja: comunidade de testemunhas

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Jesus se apresenta na Galiléia, como voltando ao início; sob ao Monte como quando proclamou Sua mensagem das    bem-aventuranças (Mt 5-7) ou se transfigurou (cap.17). Os onze daquele momento representam toda a Igreja; por isso, não falta quem duvide.    Veem o Ressuscitado e tem de ser suas testemunhas.  Jesus afirma sua plena autoridade recebida de Deus Pai. Em virtude dela envia seus discípulos a uma missão universal; não devem ensinar para serem mestres de muitos discípulos (23:8) e sim para “fazer discípulos” de Jesus. Com o rito de consagração, administrarão o batismo, com a invocação trinitária explícita, inaugurando assim o tempo da Igreja. Da experiência pascal os discípulos anunciarão a ressurreição de Jesus que é anunciar o Reino de Deus que chegou e começaram os novos tempos, onde se manifestará o poder vivificador de Deus. O evangelho termina como começou. No princípio nos foi anunciado o nome do Emanuel, Deus conosco, na história do povo...

Leitura profética destes tempos

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Não nos resignar a um cristianismo sem conversão. Por que não se promove já uma revisão honesta de nosso seguimento a Jesus? Uma pessoa somente se converte e se renova quando reconhece seus erros e pecados; somente então lhe é possível retornar à sua verdade mais autêntica. Como a Igreja de Jesus poderá dar passos para a sua conversão se não reconhecemos nossos erros e pecados? Não pensar que podemos ser “mestres de humanidade” sem sermos discípulos atentos a Jesus. Não acreditar que somos testemunhas apenas por confessar verbalmente que somos cristãos. A Igreja seguidora de Jesus é muito mais do que sua doutrina, suas instituições ou conquistas do passado. Há uma Igreja animada pelo Espírito e o fogo de Jesus, que vive e opera também hoje em seus melhores seguidores. Mas devemos detectar também com mais honestidade e humildade os desvios e adulterações do cristianismo atual. A Igreja ama a Jesus, mas, quando o esquece, corre atrás de outros amantes. Não estamos imun...

Recuperar o Projeto de Jesus

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Uma sociedade necessitada de salvação   O homem moderno está conquistando resultados positivos no campo da ciência, da tecnologia ou informática, mas não sabe como se libertar do estranho poder do mal, do pragmatismo aniquilador, do vazio de valores... Para não poucos é claro que o ser humano não pode dar a si mesmo a “salvação” que procura.  Estamos abandonando a Deus, mas não conseguimos ser mais humanos, nem mais livres, nem mais felizes. Cresce o número de pessoas que, de modo consciente ou inconsciente, reclamam por algo que não é tecnologia, nem ciência, nem doutrina religiosa, mas uma experiência nova da vida: um caminho para viver de modo mais pleno. O que se esconde no fundo deste anseio? Quem poderá nos indicar o caminho apropriado? Quem poderá nos ensinar a viver de um modo novo? O pensador catalão Rafael Argullol afirma: “Creio que sob a nossa aparência de fortaleza material e técnica há uma debilidade substancial. A silhueta espiritual do homem es...

Toque as feridas

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“disse a Tomé: “Põe aqui o dedo e olha minhas mãos, estende a mão e põe no meu lado, e não sejas incrédulo, mas homem de fé”. João 20:24-29 Contam que, certa vez, satanás apareceu a São Martinho na figura de Jesus Cristo. O santo não se impressionou: “Onde estão tuas feridas?”, perguntou ele. Não tenho o direito de confessar Deus se eu não levar a sério a dor dos meus próximos. Uma fé que pretende fechar os olhos diante do sofrimento humano nada mais é do que uma ilusão ou ópio; diante desses tipos de religião, Freud e Marx estavam certos com sua crítica! Lá, onde você toca o sofrimento humano – e talvez apenas lá! – você reconhece que Eu estou vivo, que “Eu Sou”. Você me encontra em todos os lugares em que as pessoas sofrem. Não esquiva-se de mim em nenhum desses encontros. Não tenha medo! Não seja incrédulo. Creia! Deus, o Senhor da Antiga Aliança, apareceu a Moisés na sarça ardente; seu Filho unigênito, nosso Senhor e Deus, se manifesta no fogo do sofrimento...

AS PALAVRAS NA CRUZ

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Como algumas árvores fragrantes que banham de perfume o próprio machado que as corta, o imenso Coração na Árvore do Amor derramou de Seu interior mais uma oração do que um grito — uma prece simples, doce e humilde de graça e perdão:   Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. (São Lucas 23,34) Foi apenas a ignorância do enorme pecado que os pôs no âmbito de ouvir aquele som que vinha da cruz. Não é a ciência que salva: é a ignorância! Ele intercedeu e ofereceu-Se pelo culpado. O sangue de Abel clamou pela ira de Deus para vingar o assassinato de Caim; o novo sangue de Abel derramado por irmãos invejosos da raça de Caim foi alçado para suspender a ira e implorar por perdão. “Mulher, eis aí teu filho” (São João 19,26).  Ele não o chamou de João; fazer isso significaria endereçar-se a ele como o filho de Zebedeu e de mais ninguém. Entretanto, anônimo, João representava toda a humanidade. Ao discípulo muito amado, disse: “Eis aí tua mãe” (São João 19...

Domingo de Ramos

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Entramos na Semana Santa, a Semana Maior, a Semana da Paixão do Senhor. Para nós, cristãos, este termo evoca os últimos dias de Jesus neste mundo. Parece que termina a sua atividade. Mas não: os acontecimentos da vida de Jesus que nós celebramos são a alternativa de vida a este mundo egoísta e violento; são “o outro reino” diferente do que nós, tantas vezes, idealizamos; são a transformação das nossas ilusões em frutos de verdade.     1.    O cenário histórico    – Vindo do Ocidente, de Cesareia marítima, distante de Jerusalém cerca de 90 Km, chega Pôncio Pilatos, o Procurador, representante do poder romano. Vive em Cesareia porque ali a vida é mais calma e tem menos problemas com os judeus. Jerusalém é, para o observador romano, uma cidade hostil, partidária e provinciana. Mas, Pôncio Pilatos vem a Jerusalém para controlar as manifestações que celebram a “Grande Libertação” de um outro império, do faraónico, há uns 1300 anos atrás… A sua en...