Leitura profética destes tempos
Não nos resignar a um cristianismo sem conversão. Por que não se promove já uma revisão honesta de nosso seguimento a Jesus? Uma pessoa somente se converte e se renova quando reconhece seus erros e pecados; somente então lhe é possível retornar à sua verdade mais autêntica. Como a Igreja de Jesus poderá dar passos para a sua conversão se não reconhecemos nossos erros e pecados?
Não pensar que podemos ser “mestres de humanidade” sem sermos discípulos atentos a Jesus. Não acreditar que somos testemunhas apenas por confessar verbalmente que somos cristãos.
A Igreja seguidora de Jesus é muito mais do que sua doutrina, suas instituições ou conquistas do passado. Há uma Igreja animada pelo Espírito e o fogo de Jesus, que vive e opera também hoje em seus melhores seguidores. Mas devemos detectar também com mais honestidade e humildade os desvios e adulterações do cristianismo atual.
A Igreja ama a Jesus, mas, quando o esquece, corre atrás de outros amantes. Não estamos imunizados contra o pecado da prostituição. Não basta dizer: “Somos filhos da Igreja”, como em outros tempos se dizia: “Somos filhos de Abraão”. O coração da Igreja está ocupado muitas vezes por falsos amores: alianças indevidas com diversos poderes; estratégias pouco evangélicas; servidões que nos fazem perder liberdade; buscas de segurança; covardia para assumir a crucifixão; ambiguidade e mediocridade de nosso serviço ao Reino de Deus.
A Igreja precisa de palavras críticas que ponham verdade em seu interior, mas precisa também de palavras encorajadoras que despertem a sua esperança. Ao invés de dar voltas e mais voltas à crise atual, procurando algum conforto, o que precisamos é construir novas bases que façam possível a esperança.
Esta esperança realista somente pode se fundamentar no Deus encarnado e revelado em Jesus.
Não é momento de inventar receitas fáceis nem de vender falsas seguranças, mas de promover o retorno a Jesus como índole, como fundamento e como princípio de uma nova fase da Igreja. Somos convidados a mobilizar-nos para ir, pouco a pouco, repensando tudo desde uma fidelidade nova a Jesus. Deus é insondável, é sempre novo, melhor do que esperamos. Ao cristianismo ainda aguardam grandes surpresas. Para Deus, vinte séculos não é nada. O movimento de Jesus ainda não deu o melhor de si.
Por: José Antônio Pagola
Recuperar o Projeto de Jesus
Por: José Antônio Pagola
Recuperar o Projeto de Jesus
Comentários
Postar um comentário