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Mostrando postagens de junho, 2021

Como viver pela fé na provação?

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  Estamos perante uma provação. Abraão experimenta um momento de noite escura no caminho da fé. Essa experiência tem no centro o seu filho muito amado, o filho da sua velhice, o filho da promessa. Está prestes a perdê-lo como resposta à obediência a Deus. É uma prova difícil que dura muito tempo. O caminho é longo, demorado e difícil. No meio da noite da fé levanta-se a pergunta indiscreta “onde está o cordeiro?”.  Melhor que não tivesse sido feita pois o coração está dilacerado. A resposta sai do limite da confiança “Deus providenciará”.  Depois daquela resposta, Abraão não tem mais palavras e aguarda no silêncio a resposta de Deus àquela confiança. Tudo acontece de acordo com a confiança e obediência demonstradas por Abraão. No final, a bênção recai sobre toda a humanidade. A noite escura de Abraão é o modelo das noites que se levantam sobre nós ao longo da vida.  Perante a dificuldade da subida ao monte, perdem-se forças, debilita-se a vontade, alteram-se os parâm...

O custo da cura em meio a desesperança

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  “Jesus, reconhecendo imediatamente que dele havia saído poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: — Quem tocou na minha roupa?” ‭‭Marcos‬ ‭5:30 Cada vez que Jesus curava alguém custava algo de si mesmo. Esta é uma regra universal da vida. Nunca produziremos nada grande a não ser que estejamos dispostos a pôr nisso algo de nós mesmos, de nossa própria vida, de nossa alma.  Nenhum pianista produzirá jamais uma execução realmente grande se ele se limitar a tocar uma peça sem enganos e com uma técnica perfeita, e nada mais. A execução não será realmente grande a não ser o que no final leve ao esgotamento que resulta de ter-se mergulhado nela por inteiro.  Nenhum ator fará jamais uma grande representação se somente repetir sua parte com todas as inflexões e todos os gestos corretos, como um perfeito autômato. Suas lágrimas devem ser lágrimas verdadeiras, seus sentimentos devem ser reais; algo de si mesmo deve mergulhar na ação.  Nenhum pregador que tenha pregado...

Nas dificuldades, Jesus está presente, embora, por vezes, não pareça

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  O Evangelho deste Domingo sublinha que foi “ao entardecer…” como em nossos dias parece ter caído a noite porque as trevas cobrem as nossas praças, ruas e cidades; “como os discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furiosa. Só no Brasil há mais de 500 mil mortes pelo COVID-19. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos somos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Jesus dorme tranquilamente, à popa, e é acordado pelos discípulos; depois de acalmar o vento e as águas volta-se para os discípulos e pergunta em tom de censura: “Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”.  Como os discípulos sentimo-nos vulneráveis, com os perigos a atingir-nos de perto; apoiamos-nos, tantas vezes, em falsas seguranças, pensávamos ter as soluções para todos os problemas e eis-nos a recomeçar o caminho da fé porque precisamos ...

Viver bem ou viver pela fé?

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  A chamada “sociedade de consumo”, que é a nossa, é uma sociedade que vive bem. Há muitas críticas que lhe são feitas, de vez em quando sofre uns pequenos abalos mas, ninguém se dispõe, facilmente, a mudar o estilo de vida.   Vivemos tão ocupados conosco próprios que nem nos apercebemos das situações mais difíceis em que vivem muitos dos nossos contemporâneos e, quando reclamamos mudanças é só para aumentar o nosso bem-estar sem pensar nas alterações que são exigidas aos nossos comportamentos para melhorar as condições de vida dos mais frágeis. As leituras bíblicas falam-nos de um dinamismo que contrasta com esta apatia em que estamos imersos e lembram-nos que um pequeno ramo que o Senhor planta supera todas as árvores que o orgulho humano julga ter semeado (Ezequiel 17,22-24).  Na linha do que diz o profeta Ezequiel Jesus compara o Reino a uma semente que cresce sem o semeador saber como, ou ao grão de mostarda que, sendo pequeno, se transforma na maior das plantas do j...

O amor de Jesus pelos homens

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  O coração de Jesus é o que há de mais profundo em sua humanidade assumida, o “ponto” onde toda a humanidade se encontra com a divindade, realizando o grande mistério de Deus feito homem. A característica de um coração é movimentar tudo permanecendo escondido e humilde.  “O plano do Senhor dura para sempre; os intentos do seu coração, por todas as gerações.” Salmos‬ ‭33:11‬ Agora sabemos o que são, ou melhor, “quem” são os propósitos de seu Coração:    somos nós! Diz-se que seus intentos duram “por todas as gerações”, isto é, para sempre; Deus não abandona seus filhos(as). Por que o simbolismo do coração? Para a Bíblia, o coração é a parte mais nobre e importante do homem; é o núcleo íntimo da pessoa, sede de sua vida espiritual, lugar por excelência do encontro com Deus. Do coração sai o que polui, mas também o que santifica o homem: a verdadeira pureza é a do coração (cf Mt 5:8), a humildade verdadeira é a do coração (cf Mt 11:29). O coração representa o que hoje ...

Como lidar com realidades irreversíveis, definitivas?

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  Essa parábola de Jesus trata do juízo no reino de Deus; refere-se as últimas coisas, definitivas e irreversíveis: morte, juízo, inferno e paraíso (Hb 9:27). Essa mentalidade escatológica, hoje, é “proibida” de ser tratada, anunciada; criou-se um ambiente de bem-estar para viverem despreocupados, ignorando o que nos espera, como estultos. É insensato, idiotice mesmo pensar que se eliminou a morte e o Juízo simplesmente porque se eliminou o pensamento do perecimento, do juízo, do inferno.  Se você tivesse que enfrentar na semana que vem, um processo e julgamento num tribunal, do qual depende, suponhamos, a posse da casa em que você mora, que emoção, temor e que preparação durante a espera!  Pois bem, a semana próxima, que é o nosso caso, você tem na frente um juízo do qual depende a posse da vida eterna! Conseguimos mensurar a importância desta palavra “eternidade”: sempre/nunca.  Perdemos o sentido de eternidade; o pensamento secular entende que falar desse assunto ...

Eucaristia: essencial compreender para viver em unidade

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  Jesus realizou a sua última ceia pascal com os Doze Apóstolos. Toma o pão e diz: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós». Toma o cálice, com vinho e diz: «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, derramado por todos». A festa dos ázimos recebe novo significado com Jesus Cristo, a recordação da passagem do povo de Israel pelo deserto se tornará a recordação da passagem do Messias por este mundo. Eis a culminância do Mistério de amor. Deus, que é o sacrifício e o sacerdote, entrega-se totalmente à humanidade por amor a cada um de nós, entrega-se em forma de pão e de vinho. Jesus quis ardentemente comer essa ceia com seus fiéis apóstolos. Assim, também a nós, que somos sua fiel Igreja, Deus quer ardentemente estar em comunhão conosco, nos quer em união com Ele, anseia por essa proximidade que nos engrandece.  A comunhão é estarmos completamente integrados como Igreja. Por isso devemos permanecer em unidade com Ele a partir da Eucaristia. Deus vem até nós, Ele desc...