Uma importante virtude para a maturidade

 




Evangelho: Lucas 6,27-38

“Seja misericordiosos como vosso Pai é misericordioso.”


O evangelho nos convida a agirmos com maturidade cristã, a ter um coração grande, como o de Cristo. Manda-nos bendizer aqueles que nos amaldiçoam, orar pelos que nos caluniam, praticar o bem sem esperar nada em troca, ser compassivos como Deus é conosco, perdoar a todos, ser generoso. E termina com estas palavras:


“Deem e receberão. Sua dádiva lhes retornará em boa medida, compactada, sacudida para caber mais, transbordante e derramada sobre vocês.  E alerta-nos: O padrão de medida que adotarem será usado para medi-los”.”

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A virtude da magnanimidade, muito relacionada com a da fortaleza, consiste na disposição de investir coisas grandes; São Tomás chama-a de “ornamento de todas as virtudes”. É uma disposição que acompanha sempre uma vida de santidade.


O magnânimo, ampla anima, alma grande - propõe-se ideais altos e não se encolhe perante os obstáculos, as críticas ou desprezos quando é necessário enfrentá-los por uma causa elevada. 


Essa virtude é a força que move a sair de nós mesmos, a fim de nos prepararmos para empreender obras valiosas, em benefício de todos. 


A grandeza de alma demonstra-se também pela disposição de perdoar o que quer que seja das pessoas próximas ou afastadas. Não é próprio do cristão ir pelo mundo afora com uma lista de agravos no coração, com rancores e recordações que lhe amesquinham o ânimo e o incapacitam para os ideais humanos e divinos a que o Senhor nos chama.


Também a alma grande, pelo que vale a pena (ideais nobres, tarefas apostólicas e, sobretudo Deus), o maduro na fé dá do que tem sem reservas: tempo, esforço, recursos (cf v.38).


A magnanimidade que o Senhor nos pede nos levará a ser muito generosos com nosso tempo e com nossos meios econômicos, mas também a fazer com que haja muitos outros que se sintam impelidos a cooperar para o bem dos seus irmãos. Este será o melhor bem que poderemos fazer aos nossos amigos: fomentar-lhes a generosidade. Esta virtude dilata o coração e torna-o mais jovem, com maior capacidade de amar. 


Já a pusilanimidade impede o progresso no relacionamento com Deus; consiste na incapacidade voluntária de conceber ou desejar coisas grandes, e fica estratificada num espírito raquítico e rasteiro. Manifesta-se também numa visão pobre dos outros e daquilo que podem chegar a ser com o auxílio divino, ainda que no momento estejam cometendo práticas pecaminosas. 


O pusilânime é uma pessoa de horizontes estreitos, resignado à comodidade de deixar as coisas correr: não tem ambições nobres. E enquanto não vencer esse defeito, nunca se atreverá a comprometer-se com Deus mediante um plano de vida espiritual ou uma responsabilidade apostólica: tudo lhe parece excessivamente grande - porque ele está encolhido.


A magnanimidade é fruto de um íntimo relacionamento com Jesus Cristo. Uma vida interior rica e exigente, repleta de amor, sempre se faz acompanhar de uma disposição de empreender grandes tarefas por Deus. 


É uma atitude habitual que se baseia na humildade e que traz consigo “uma esperança forte e inquebrantável, uma confiança quase provocativa e a calma perfeita de um coração sem medo, que não se escraviza perante ninguém: é servo unicamente de Deus.

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