Cristianismo: uma vida livre sem amarras
Evangelho: Lucas 14,25-33
“Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.”
Hoje, o Evangelho nos provoca a perceber que o caminho do seguimento inteiro do Cristo exige renúncia total das nossas próprias seguranças e de tudo aquilo que nos impedem de caminhar junto a Jesus com liberdade.
Vivemos hoje uma sociedade de muitos apegos, sejam eles materiais ou até sentimentais. Tudo isso transforma o homem em escravo de suas vontades e tudo o que ele julga importante, passa a ser objeto que o aprisiona. Jesus faz uma proposta diferente, Ele propõe uma vida livre sem amarras, mas para isso é necessário renunciar a si e aos outros para assumir a Cruz, que não é a cruz do sofrimento, ainda que ele exista, mas a Cruz da libertação.
Vivemos no meio de muitas encruzilhadas, os tempos que vivemos apresentam-nos muitos desafios e, se não somos críticos, se não formos capazes de pensar e discernir, somos levados automaticamente para onde não queremos e nunca sabemos onde vamos parar…
A tendência mais generalizada é fazer o que os outros fazem, aquilo que está na moda.
Ser cristão é fazer o caminho com Jesus. O Evangelho diz que, no caminho para Jerusalém os discípulos o acompanham. Contudo, será que eles estão conscientes do que significa “caminhar com Jesus”?
Significa que todas as energias devem estar voltadas para Ele e para o Seu Reino: quando isto se faz, a família, os bens e o amor-próprio, encontrarão o seu lugar adequado…
O apóstolo Paulo, na carta a Filémon (9-10.12-17) solicita a compreensão da nova realidade ao seu destinatário a quem Onésimo servia como escravo: do ponto de vista social, Filémon e Onésimo, continuarão a ser o senhor e o escravo; mas, a sua relação muda totalmente a partir do momento em que assumem a fraternidade em Jesus Cristo e deixam de viver para satisfazer os seus próprios interesses ou para a acumulação de bens…
É preciso refletir
Depois, Jesus apela à prudência e à sensatez: ser cristão é algo muito sério e é preciso, por isso, avaliar bem as possibilidades de prosseguir o caminho… A comparação com o homem que decide construir uma torre e com o rei que parte para a guerra, evidencia a necessidade de ser ponderado e sensato… Seguir Jesus pelo caminho da radicalidade não significa agir por impulsos ou exibicionismos…
Em cada momento é preciso sentar-se e pensar… Se andamos constantemente stressados e acelerados, ou até muito entretidos, se não criamos espaços para pensar, continuaremos a viver como os outros vivem, crentes e não crentes, sem nunca tomar uma decisão pessoal…
O mais urgente passa por ser capaz de “se sentar e pensar”, orar e meditar, para saber como é que cada um está seguindo Jesus…
O Salmo 90 nos ajuda nesse processo:
“Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós. Ensinai-nos a contar os nossos dias / e dai ao nosso coração sabedoria.
Saciai-nos de manhã com vosso amor, / e exultaremos de alegria todo o dia! /
Que a bondade do Senhor e nosso Deus † repouse sobre nós e nos conduza! /
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.”
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