Uma mudança de mentalidade na compreensão do amor de Deus
“Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” Marcos 9,2-7
Difícil é descer à realidade da vida de cada dia.
Neste segundo Domingo da Quaresma, somos conduzidos a contemplar a transfiguração do Senhor Jesus Cristo diante de três dos Seus discípulos: Pedro, Tiago e João. No cume do monte Tabor, Jesus se transfigura diante deles, revelando Sua glória divina. Moisés e Elias aparecem, conversando com Jesus sobre Sua partida em Jerusalém, um prenúncio da Sua morte na Cruz.
A Transfiguração não altera Jesus, mas transforma a percepção dos discípulos. Ela revela a glória divina oculta na humanidade de Cristo. Assim como Jesus, nós também somos chamados à transfiguração, à transformação pela união com Deus. A verdade é que, desde o ventre de Maria, a humanidade de Cristo não foi completamente transfigurada pela união com o Verbo. O milagre não é a Transfiguração em si, mas sim que Deus encarnado tenha nascido de forma humilde.
Então, como é possível que, estando unido a Deus, Jesus tenha experimentado frio, calor, cansaço, fome e sede? É espantoso que a glória divina tenha se escondido em Jesus, assim como muitas vezes a glória divina em nós parece oculta. Mesmo habitados por Deus, vivemos momentos de sofrimento, nossos momentos de glória são fugazes, como a própria Transfiguração.
Por que não percebemos a glória divina em nós o tempo todo? Por que não brilhamos constantemente com a luz de Deus? A Quaresma nos lembra que somos peregrinos neste mundo, que nossa morada definitiva não está aqui. Devemos evitar a tentação de buscar construir tendas na glória passageira, como Pedro sugeriu no monte Tabor.
A vida é uma grande Quaresma, um tempo de padecer e transformar nossa dor em amor. Deus se esconde para que O busquemos na fé, para que O amemos mesmo na obscuridade. Como filhos de Deus, participamos da Sua glória, mas também sofremos como Cristo sofreu. Aceitemos os sofrimentos da Quaresma como oportunidades para amar a Deus.
Perguntas para Reflexão:
- Como você percebe a presença de Deus em sua vida diária?
- Em que aspectos você tem dificuldade em reconhecer a glória divina em meio aos desafios e sofrimentos?
- Como você lida com os momentos de glória passageira em sua vida espiritual?
- Qual é a sua compreensão da Quaresma como um tempo de transformar a dor em amor?
- De que maneira você pode cultivar uma mentalidade de fé e confiança na presença de Deus, mesmo nos momentos de obscuridade e sofrimento?
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