Duas cidades no mesmo lugar
"Até quando? Até quando direi amanhã? Por que não agora? Por que não por fim agora às minhas torpezas?"
"Eis que, de repente, ouço da casa vizinha uma voz, de menino ou menina, não sei, que cantava e repetia muitas vezes: Toma e lê, toma e lê. (...)" Até que encontra em uma mesa uma cópia da carta do Apóstolo Paulo:
"Peguei-o, abri-o, e li em silêncio o primeiro capítulo que me caiu sob os olhos:
"Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem nos prazeres impuros do leito e em leviandades, nem em contendas e rixas; mas revesti-vos de nosso Senhor Jesus Cristo, e não cuideis de satisfazer os desejos da carne."
(Confissões, VIII, 12-Agostinho de Hipona)
Agostinho, rende-se, arrepende-se e converte-se ao Evangelho.
"Ele começou a notar que, após a conversão, a sua inteligência passou a compreender as coisas com mais facilidade."
A graça permite ser iluminado sobrenaturalmente.
Chocado pela invasão de Roma pelos bárbaros, escreve "A Cidade de Deus". Ao ruir a cidade do império, Agostinho percebe que há uma outra cidade. Invisível.
"Dois amores fundaram, pois, duas cidades, a saber:
O amor próprio, levado ao desprezo de Deus, a terrena; o amor a Deus, levado ao desprezo de si próprio, a celestial."
(A Cidade de Deus, XIV, 27)
"Os iluministas falam de "Idade das trevas" porque tinham que rejeitar a civilização moldada pela igreja, em cima da qual estavam de pé."
Não foi um período, a idade média, de trevas, ignorância, mas de riqueza, de sabedoria, que edificou a civilização cristã.
Essa cultura, a da graça, que irá moldar o destino da civilização.
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