As falsas alegrias
Se repararmos bem, tudo o que fazemos tem em vista satisfazer a sede de felicidade que se aninha em todo ser humano. E a tragédia do homem consiste precisamente em procurar satisfazê-lá em fontes falsas ou insuficientes. “Privado deste alimento interior que eras Tu, meu Deus, sentia-me vazio, cheio de tédio, e a alma chagada lançava-se fora de ti, àvida de acalmar-se miseravelmente, em contato com as criaturas, a sede que a devorava.” Santo Agostinho O homem tem sede de Deus e ignora-o. Busca a imagem perdida da fonte original. A fonte cria a sede. E a sede leva-nos à fonte. Deus criou-nos com essa sede de felicidade, e é ela que empurra-nos para Ele. Por isso que as decepções e até as frustrações podem ser extraordinariamente úteis: ajudam-nos, como a um animal sedento, a apurar o nosso instinto religioso, que parece nos dizer: Não! Não é o charco de satisfação dos sentidos, da vaidade e da glória vã que há de satisfazer-me! Não; elas não conseguem preencher esse desejo im...