Procuremos conhecer o Senhor: a sua vinda é certa como a aurora
“É preciso saber segui-lo para reconhecer o Senhor.” Oseias 6,1-6
Esta página extraordinária de Oseias é um convite e uma tomada de consciência sobre quem é Deus e o que o homem pode esperar dele. Não se pode confundir Deus com o homem nem reduzi-lo à medida das nossas ideias e ações. Deus é um Deus de misericórdia, está próximo do homem e pode ser conhecido.
Com Deus o homem não pode ter uma relação ritualista, exterior, superficial. Ele não quer sacrifícios nem holocaustos, quer o coração, o amor, quer o homem. O homem é como nevoeiro da manhã, como orvalho da madrugada, nas suas relações com Deus. Deus não é assim, ele é como a aguaceiro de outono e chuva de primavera que empapa a terra e a fecunda e convida o homem a ser assim. Três dias é quanto basta para transformar a realidade do homem na realidade de Deus.
O mistério Pascal de Jesus, que celebraremos liturgicamente em breve, é representado por Oseias nesta profecia dos três dias. “Ao fim de dois dias, Ele nos fará viver de novo; ao terceiro dia nos levantará e viveremos na sua presença”. O homem abatido pelo pecado experimenta-se ferido, atingido, morto, mas Deus tem o poder de o curar, de o levantar, de o fazer viver.
Esta vida, a vida nova, brota de Cristo, do seu lado aberto de onde sai água como chuva, que inunda e fecunda o coração do homem num amor renovado e faz resplandecer o direito e a justiça como uma luz na noite. Vencer o ritualismo dos sacrifícios e holocaustos é já caminho para viver segundo o coração de Deus.
Salmos: Sl 50(51)
“Eu quis misericórdia e não o sacrifício!”
Evangelho: Lucas 18,9-14
“Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”.
Essa frase é um chamamento a uma conversão sincera e verdadeiramente aberta à ação redentora e salvífica de Cristo, no qual devemos atuar como propagadores da bondade de Deus Pai.
Durante muito tempo fomos levados a julgar que, por sermos cristãos, éramos melhores que os outros e mesmo entre os cristãos julgavamos que uns grupos tinham direitos que os outros não tinham. Durante muito tempo julgamos os outros pela aparência esquecendo o mistério do coração do homem, lugar onde Deus se esconde e vê no segredo.
Somos convidados e dar asas ao coração e a crescer na relação com os outros reconhecendo-nos a todos como pecadores e simultaneamente chamados a sermos filhos muito amados do Pai. O lugar de todos diante de Deus é prostrados de rosto por terra a suplicar misericórdia. Nenhum de nós é superior aos outros por nenhuma razão porque todos somos salvos pelo amor.
Em tempos de agitação nos cabe ser como o cobrador de impostos do Evangelho, um confessor e modificador de seus atos, saindo do pecado e buscando atitudes redentoras. De coração sincero entendemos que a justiça divina é um dom gratuito para os que se reconhecem necessitados Dele. Deus é a graça e dom de amor para todos os que o buscam.
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