É tempo de educar a Igreja numa fé robusta
Evangelho: Mateus 16,13-19
“Simão Pedro respondeu: “O senhor é o Cristo, o Filho do Deus vivo!”.”
O Evangelho diz em várias ocasiões que as multidões se aglomeravam à volta do Senhor para que pudessem ser curadas (Mc 3:7-12). São pessoas necessitadas que recorrem a Cristo. E Ele as atende porque tem um coração compassivo e misericordioso.
Nos foi revelado, entretanto, que a dor não é um mal absoluto - ao passo que o pecado o é - e pode ter um valor redentor incomparável se unirmos aos sofrimentos de Cristo.
Muitos dos milagres que Jesus realizou foram remédio para inúmeras dores e sofrimentos, mas eram antes de mais nada um sinal e uma prova da sua missão divina, da redenção universal e eterna.
E os cristãos continuam no tempo a missão de Cristo: Ide, pois e ensinai a todos os povos, batizando-os … e ensinando-os a observar tudo quanto vós mandei. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28:19,20).
As multidões andam hoje tão necessitadas como naquela época. Também hoje vemos que são como ovelhas sem pastor, que estão desorientadas e não sabem para onde dirigir as suas vidas. A humanidade, apesar de todos os progressos destes vinte séculos, continua a sofrer dores físicas e morais; mas padece sobretudo de uma grande falta de conhecimento de Cristo, salvaguardada ao longo dos séculos pela doutrina dos apóstolos. As palavras do Senhor continuam a ser palavras de vida eterna, que ensinam a fugir do pecado, a santificar a vida ordinária, o trabalho, as alegrias, as derrotas, doenças e sofrimentos …, e abrem os caminhos da salvação. Essa é a grande necessidade do mundo.
Está na nossa mão este tesouro do Evangelho, para que possamos dá-lo a tempo e fora de tempo (cf 2 Tm 4:2), oportuna e inoportunamente, através de todos os meios ao nosso alcance. E esta é a tarefa verdadeiramente urgente que incumbe a todos os cristãos.
Para podermos dar o Evangelho a todos, é preciso que o tenhamos na mente e no coração; que a meditemos e amemos. Cada cristão, cada um segundo os dons que recebeu - talento, estudos, circunstâncias … , tem que servir-se dos meios necessários para adquiri-lo.
E não serão poucas as vezes em que essa formação começará por um conhecimento aprofundado aos Pais da Igreja; aos escritos dos discípulos dos apóstolos, dos primeiros líderes que conduziram a igreja. Eles produziram conhecimentos acerca da vontade de Deus nas realidades ordinárias e extraordinárias que cada geração enfrentava. São pensamentos, estudos de Deus e Sua graça para a ação pastoral, considerando as verdades bíblicas, que por sua vez produziam ensinamentos doutrinários.
Em momentos de crise de identidade e na defesa da fé, os bispos reuniram-se em concílio e consolidaram meios seguros de interpretar as Escrituras Sagradas.
Esses conhecimentos são fiéis aos conteúdos essenciais da Revelação e atualizados quanto ao método, são capazes de educar numa fé robusta as gerações de cristãos dos novos tempos.
A Igreja foi fundada, meus irmãos, com base nos Apóstolos. Nestas colunas da Igreja, como Pedro, na sua forma mais tempestuosa, mas moldada por Nosso Senhor, soube conduzir a Igreja. Paulo, também em sua ousadia, em seu cuidado com a Lei e tudo mais, mas quando encontrou Cristo, tornou-se aquele grande propagador do Evangelho.
A responsabilidade da igreja, em cada geração, é manter-se fiel à doutrina dos apóstolos. O problema principal não é a dureza do evangelho, mas a ignorância de seu conteúdo.
A fé da igreja é fé viva, porque é continuamente recebida e entregue. De Cristo aos apóstolos, destes aos seus sucessores. Assim até hoje: é sempre idêntica a fé que ressoa de geração em geração, pela Igreja. O Espírito Santo busca sempre por cristãos que se decidam por serem fiéis ao Evangelho genuíno - para que cada um em seu lugar - proclamem a doutrina dos apóstolos, que é salvadora e transformadora; se decidam a ser elos dessa corrente que se prolongará até o fim dos tempos! Ide e ensinai … , diz o próprio Cristo a nós.
O Senhor prometeu que nunca nos deixaria e, de fato, Ele está sempre conosco na Igreja neutra, soprando sobre nós com Seu Espírito e nos confirmando por meio de nossos Apóstolos. Também hoje, peçamos a Deus, Nosso Senhor , para que, cada vez mais, nossos sacerdotes conduzam nossa Igreja sob a inspiração do Espírito Santo, para que sejamos cada vez mais boas ovelhas do Bom Pastor que Deus colocou diante de nós. E também daremos nossa resposta como Pedro deu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Nós vamos dar a nossa resposta, que Cristo é o Filho de Deus vivo com nosso testemunho, com nossa vida junto com a Igreja.
Precisamos agir de posse do conhecimento genuíno do Evangelho e através da graça de Deus. Só a graça de Deus pode iluminar a inteligência e mover a vontade a aceitar as verdades da fé.
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