Não podemos separar o que Deus uniu: teologia e ética

 


Durante o seu percurso pela Galileia, Jesus vai ensinando muitas coisas às multidões e aos seus discípulos. Uma delas é a necessidade de escutar a sua palavra e vivê-la, cumpri-la. 


Jesus usa duas figuras para ilustrar a verdade de que a nossa natureza revela nossas ações e de que as nossas palavras são a radiografia do nosso coração. Vejamos essas duas figuras.


Jesus, conta uma parábola para explicar esta necessidade de escutar e antes faz algumas chamadas de atenção. As árvores dão o fruto de acordo com a sua seiva, as boas dão bom fruto e as más dão mau fruto. Assim são os homens. 


As palavras revelam o que está no coração. O coração é como um tesouro bom ou mau. O bem e o mal estão no íntimo, no coração e a boca fala do que está dentro. 


John Charles Ryle diz corretamente que a conversa de um homem revela o estado de seu coração. Nossas palavras desvendam as profundezas da nossa alma. Nossas palavras trazem à luz as camadas abissais do nosso interior.


E conclui perguntando: “Porque Me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que vos digo?”


Podemos andar atrás de Jesus e chamar-lhe Senhor, mas fazê-lo por hipocrisia. Podemos dizer-nos seus discípulos e não fazer o que ele manda e aparentando segui-lo manifestar o contrário com as obras, os maus frutos. 


Há um descompasso entre sua língua e seu coração, entre suas palavras e sua vida, entre sua teologia e sua ética.


Jesus conclui seu sermão usando a figura do construtor sábio que investiu na fundação de sua casa, cavando, abrindo profunda vala e lançando o alicerce sobre a rocha, e a figura do construtor insensato que construiu sua casa sobre a terra sem alicerces. 


As duas casas, aos olhos desatentos, eram iguais. A diferença não estava naquilo que era visto pelos homens, mas naquilo que só podia ser visto por Deus.


Aquele que escuta as palavras e se preocupa em praticá-las, esse é inabalável. Não há tempestade, não há tragédia que o derrube e afaste deste caminho de seguimento de Jesus. 


Pelo contrário, os que falsamente escutam e, portanto, não praticam porque não têm interesse, esses serão descobertos à primeira tempestade, ao primeiro problema que se levantar diante deles. 


Nós podemos ser boas ou más árvores, transportar boas coisas ou más nos nossos corações, seguir com atenção para viver como Jesus ou aparentar ser discípulos apenas porque dizemos “Senhor! Senhor!”


Ouvir sem obedecer é insensatez. Falar sem praticar é tolice. Não é suficiente conhecer a verdade; é preciso praticar a verdade. Não é suficiente ter boa teologia; é preciso ter uma ética consistente. Não é suficiente ter uma fé ortodoxa; é preciso ter piedade. Não podemos separar o que Deus uniu: teologia e ética, doutrina e vida, ortodoxia e piedade!


Orar a Palavra 


Livra-me Senhor, da hipocrisia. Purifica o meu coração de todo o mal. Abre os meus ouvidos à tua palavra e fortalece a minha vontade no desejo de pôr em prática o que me ensinas.


Compromisso

Fortaleço-me para a luta, escutando e orando a palavra de Jesus.


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