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Mostrando postagens de maio, 2021

A espera pela Vida Eterna se dá experimentando-a

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  “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra”. Evangelho: Mateus 28,16-20 Deus não é abstração; é proximidade: revelou-se antigamente ao seu povo como Deus vivo e libertador (Dt 4,32-34.39-40); torna-se próximo do homem quando este é batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e procura cumprir o que Cristo mandou (Evangelho Mateus 28,16-20); e Paulo sublinha a experiência da filiação adotiva que nos faz exclamar “Abbá, Pai” (Rm 8:14-17). Fragilidade dos conceitos – Deus não se apresenta em conceitos abstratos, não é para ser pensado como aquele Ser que “está lá no alto”, como uma realidade em si mesma, independentemente da sua ação com os homens… Deus acompanha a vida dos homens e das mulheres de todos os tempos, está “do lado de cá”, no lugar onde se desenrola a vida da humanidade, e é assim que se pode compreender… – Deus não está limitado pelos nossos conceitos nem se reduz à nossa capacidade de interpretação… “ Se compreendêssemos tudo de Deus Ele deixaria...

O Senhor ama seu povo de verdade

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  Jesus “ observa tudo à sua volta” e regressa no dia seguinte para ensinar com gestos e palavras, que a casa de Deus é casa de oração. Diante do templo Jesus percebe a realidade de um povo que perdeu Deus do seu horizonte, já não dá fruto, vive sem futuro, sem esperança e sem fé. Este é outro ensinamento de Jesus. No final resume tudo para os discípulos: se tiverdes fé a vossa oração será certeza e tudo o que pedirdes se realizará. Mas o coração daquele que pede deve estar limpo pelo perdão. A admiração dos apóstolos sobre como as palavras de Jesus revelam-se com tal força de que são capazes de fazer secar a uma figueira e denunciar o desvio manifesto pelos exploradores do Templo de Jerusalém, que visavam lucrar com a piedade alheia criando um verdadeiro mercado religioso, convergem para o nosso próprio sentimento de desconserto quando vemos a Palavras de Deus, os templos religiosos e tudo o mais que se refira ao sagrado.  Muitas vezes parecem mais voltados à exploração dos p...

Pentecostes - Onde encontrar as forças para ultrapassar as adversidades

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  Os sermões, as verdades, a doutrina que pregamos não é nossa, é de Cristo. Ele a disse, os Evangelistas a escreveram, nós a repetimos. Pois, se estas repetições são tantas e tão continuadas, e a doutrina que pregamos não é nossa, senão de Cristo, como fazem tão poucos progressos nela, e como aprendem tão pouco os que a ouvem? “Tudo o que eu vos disse”; o Espírito Santo ensina. O Mestre na cadeira diz para todos, mas não ensina a todos. Diz para todos, porque todos ouvem; mas não ensina a todos, porque uns aprendem, outros não.  E qual é a razão desta diversidade, se o Mestre é o mesmo, e a doutrina a mesma? Porque, para aprender, não basta só ouvir por fora, é necessário entender por dentro. Se a luz de dentro é muita, aprende-se muito; se pouca, pouco; se nenhuma, nada. O mesmo nos acontece a nós. Dizemos, mas não ensinamos, porque dizemos por fora; só o Espírito Santo ensina, porque ilumina por dentro. “ Os ministérios são simples auxílios pois operam exteriormente; só ens...

Páscoa - Tempo de assumirmos a nossa tarefa de partilhar esperança

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  Ascensão do Senhor Ao longo desta pandemia temos observado como muita gente considera que a sua vida ficou suspensa, porque foi impedida de realizar as coisas que tinha programado.  Face às dificuldades surgidas, alguns parece que desertaram e até se demitiram de fazer um esforço por encarar a realidade. Ora, esta realidade, mesmo que nos tenha surpreendido, faz parte da nossa vida como uma crise económica, uma doença, um acidente ou um conflito familiar.  Habitamos a realidade e ela interpela-nos constantemente para que assumamos a nossa tarefa de partilhar, com toda a humanidade, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias”. A Ascensão de Jesus faz-nos reviver a situação experimentada pelos discípulos de Jesus depois da sua morte e ressurreição. Uma vez ressuscitado, Jesus volta para o Pai e senta-se à sua direita nos Céus (Ef 1:17-23; e Evangelho Mc 16:15-20) e os discípulos ficam na terra, num primeiro momento, a olhar para o Céu mas, sabendo que o man...

Páscoa - Permanecer amando apesar de tudo

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  Jesus e o Pai vivem uma relação de amor e permanência que não se esgota neles e, por isso, querem que os discípulos participem desta relação. Trata-se de uma relação de amor, obediência e permanência que gera uma alegria completa.  O amor e a obediência são espirais: “como o Pai me amou também eu vos amei”. Os discípulos podem entrar na espiral deste amor sendo amados e amando no mesmo amor obediente e permanente.  Os mandamentos recíprocos - “amem uns aos outros”, “edifiquem-se mutuamente”, … são caminho para o amor. UM JEITO INCOMUM DE VIVER A VIDA EM COMUM. TODA IGREJA É, POR DEFINIÇÃO, UMA COMUNIDADE.  Como tal, é fundamentada em relacionamentos entre muitas pessoas com histórias diferentes, temperamentos singulares, experiências próprias e expectativas diversas. , ”se guardardes os meus mandamentos… como eu tenho guardado…”.  A ordem do amor não é da mesma grandeza. O amor do pai e do filho não é o mesmo que o amor dos discípulos. Mas a obediência e a per...

Páscoa - Seguimos a Jesus no amor e na dor

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  O que é este mundo (18) que aborrece a Jesus e seus discípulos? A palavra “mundo” aparece cinco vezes nos versos 18-19. Uma coisa é evidente desde o princípio: são as pessoas que aborrecem a Jesus. Ela nasceu de um ódio intenso contra Ele, porque Ele e seus ensinos penetravam diretamente na pecaminosidade egoísta deles.   Logo, se o mundo aborrecia a Jesus, também aborreceria os seus segui­dores. Há um vívido contraste entre aqueles que não são do mundo e o mundo. Para João há duas grandes entidades: a Igreja e o mundo. E não existe nenhum  contato ou camaradagem entre ambos. Para o apóstolo não é possível a neutralidade, a possibilidade intermediária, a solução de compromisso. Em sua opinião se trata do seguinte: Fique daquele lado porque eu estou deste.  Tal como ele via as coisas o homem, é do mundo ou de Cristo e não há um ponto intermediário.  O mundo suspeita da gente que é diferente. Esta característica se nota nas coisas mais simples: o casamento, a fa...

Páscoa - Para que sua alegria seja completa

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  O evangelho de João (15:9-11) mostra de novo o círculo em que Jesus quer inserir os discípulos. Ele e o Pai vivem uma relação de amor e permanência que não se esgota neles e, por isso, a querem abrir também aos discípulos.  Trata-se de uma relação de amor, obediência e permanência que gera uma alegria completa. O amor e a obediência são espirais: “como o Pai me amou também eu vos amei”; “Se guardardes os meus mandamentos… como eu tenho guardado…”.  Não sendo do mesmo nível o amor e a obediência requerem igual obediência e permanência para gerar alegria. Ando em busca da alegria, tantas vezes perdida, tantas vezes reencontrada, mas nunca completa . Hoje, Jesus, mostra-me o caminho da verdadeira alegria, a permanência no amor obediente. É fácil aceitar, acreditar, comprometer-se, amar, mas muito difícil permanecer nestas decisões.  Fazer de cada uma destas experiências uma realidade permanente na minha vida. Acolher o dom de cada instante e a riqueza de cada momento,...

Páscoa - Benefícios de permanecer em Cristo

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  A palavra que sobressai no Evangelho de hoje é “permanecer” (8 vezes). Permanecer em Cristo, o lugar onde todo o cristão deve lançar as raízes da fé e de cujo tronco se alimentam os ramos para produzir e dar muitos frutos. Permanecer significa estar por muito tempo, de uma forma estável no mesmo lugar, não fugindo das adversidades e procurando vencer os obstáculos.  É tudo o contrário de uma certa mentalidade que se tem imposto e que preconiza a mudança constante, a superficialidade, que recusa o definitivo e defende a verdade como um valor muito relativo e passageiro. É a chamada “sociedade líquida”. Jesus diz aos seus discípulos que é necessário ser fiel ao projeto que abraçaram com Ele, que a condição necessária para que o ramo dê fruto é permanecer unido à cepa. Se assim não for, não poderão produzir frutos. Quem permanece unido a Cristo, à videira, dará frutos. Paulo ( Atos 9,26-31 ) foi um dos que procurou unir-se a Cristo, depois de ter militado noutras frentes; Por i...