O Senhor ama seu povo de verdade

 


Jesus “observa tudo à sua volta” e regressa no dia seguinte para ensinar com gestos e palavras, que a casa de Deus é casa de oração.


Diante do templo Jesus percebe a realidade de um povo que perdeu Deus do seu horizonte, já não dá fruto, vive sem futuro, sem esperança e sem fé. Este é outro ensinamento de Jesus. No final resume tudo para os discípulos: se tiverdes fé a vossa oração será certeza e tudo o que pedirdes se realizará. Mas o coração daquele que pede deve estar limpo pelo perdão.


A admiração dos apóstolos sobre como as palavras de Jesus revelam-se com tal força de que são capazes de fazer secar a uma figueira e denunciar o desvio manifesto pelos exploradores do Templo de Jerusalém, que visavam lucrar com a piedade alheia criando um verdadeiro mercado religioso, convergem para o nosso próprio sentimento de desconserto quando vemos a Palavras de Deus, os templos religiosos e tudo o mais que se refira ao sagrado. 


Muitas vezes parecem mais voltados à exploração dos povos e menos com o sustento da fé de seus fiéis.


Sinto que Jesus me diz que, se eu perder Deus do meu horizonte posso tornar-me num lugar caótico , obscurecido, onde tudo o que não presta entra e sai sem qualquer controle. Viverei sem esperança e andarei como quem não tem futuro, como uma figueira que não dá fruto, numa vida que não serve para nada. 


Deus é uma autoridade que não se impõe, mas que, no amor, se propõe ao homem, se oferece como poder libertador, como perdão que arruma a casa e põe em ordem todos os desejos, opções e atitudes desordenadas que arrasam a vida e destroem a esperança hipotecando o futuro. 


Abrir o coração à fé, ainda que seja apenas uma hipótese na minha vida, fará com que os meus desejos se tornem oração, a oração se torne vida e a vida lugar de perdão.


Deus deseja ser refrigério para a alma. Nosso encontro com Ele deve nos animar, nos alegrar, nos encher de sentido e nos motivar a sermos mais humanos uns com os outros. Deus pede nossa confiança de que encontraremos nele a resposta ao nosso anseio de infinito e completude. Confiemos!


Orar a Palavra 

Senhor, não quero ser figueira estéril, inútil, enganadora. Não quero ser templo devassado onde toda a espécie de maldade tem lugar. Não quero fechar-me à esperança nem viver apenas para os meus negócios. Derruba as bancas da minha insensibilidade, abre as portas da minha frieza e levanta em mim o estandarte da esperança que me faz desejar o teu perdão e a tua misericórdia.

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