Páscoa - Seguimos a Jesus no amor e na dor


 O que é este mundo (18) que aborrece a Jesus e seus discípulos? A palavra “mundo” aparece cinco vezes nos versos 18-19. Uma coisa é evidente desde o princípio: são as pessoas que aborrecem a Jesus. Ela nasceu de um ódio intenso contra Ele, porque Ele e seus ensinos penetravam diretamente na pecaminosidade egoísta deles. 


Logo, se o mundo aborrecia a Jesus, também aborreceria os seus segui­dores. Há um vívido contraste entre aqueles que não são do mundo e o mundo.


Para João há duas grandes entidades: a Igreja e o mundo. E não existe nenhum contato ou camaradagem entre ambos. Para o apóstolo não é possível a neutralidade, a possibilidade intermediária, a solução de compromisso. Em sua opinião se trata do seguinte: Fique daquele lado porque eu estou deste. 


Tal como ele via as coisas o homem, é do mundo ou de Cristo e não há um ponto intermediário. 


O mundo suspeita da gente que é diferente. Esta característica se nota nas coisas mais simples: o casamento, a família, o cuidado mútuo, a dignidade, a humildade …


O mundo sente um agudo rancor por aquelas pessoas cujas vidas o condenam. De fato, é perigoso ser bom. 


O exemplo clássico disso é o que aconteceu ao Aristides em Atenas. Chamavam-no Aristides o Justo e entretanto o exilaram. Quando se perguntou a um cidadão por que tinha votado pelo exílio de Aristides, respondeu: "Porque estou cansado de ouvir chamá-lo de o Justo." 


Essa foi a razão pela qual mataram a Sócrates; chamavam-no o mosquito grande humano. Obrigava constantemente os homens a pensar e a analisar-se a si mesmos e os homens odiavam isso; portanto, odiavam a Sócrates e o mataram.


É difícil ter valores superiores aos do mundo e pô-los em prática. Na atualidade, pode-se perseguir a alguém que defenda os valores cristãos.


Para expressá-lo nos termos mais amplos: o mundo sempre suspeita da pessoa que não segue a corrente. O mundo gosta dos moldes: gosta de poder pôr uma etiqueta em cada pessoa, classificá-la e situá-la em um fichário. E qualquer que não entre nesse molde enfrentará problemas. 


A exigência fundamental que se impõe ao cristão é que tenha a coragem de ser diferente de outros. Ser diferente é perigoso mas ninguém pode ser cristão a menos que aceite esse risco pois sempre haverá diferença entre o homem do mundo e o homem de Cristo.


Há um resultado interessante para a proposição: Se a mim me perseguiram, tam­bém vos perseguirão a vós; se guardarem a minha palavra, também guardarão a vossa (20). “Os discípulos poderiam olhar para trás e discernir o que tinham de espe­rar: alguns seguidores corajosos, alguns ouvintes fiéis... [mas também algumas] multi­dões descuidadas e hostis.


O mundo odiou Jesus, e o mundo odeia as palavras de Jesus, agora, o mundo nos odeia, mas o que não podemos é odiar as pessoas do mundo. Podemos odiar as maldades do mundo, e devemos ter nojo delas, devemos ter repúdio a tudo aquilo que é mundano e que agride a dignidade humana e os valores evangélicos, mas não compartilhamos do ódio do mundo, não semeamos ódio das pessoas umas contra as outras, não injetamos ódio no coração das pessoas, porque não fomos vacinados com ódio. Fomos vacinados com o amor de Deus, é esse amor que precisa estar injetado em nossas veias, em nosso coração e em tudo aquilo que realizamos.


Nós, que somos seus discípulos, O seguimos no amor e também na dor.


É o amor de Deus que tem que estar em nós, é o amor de Deus que levamos ao mundo. E o mundo nos odiando, respondemos com outra moeda, a nossa moeda é o amor. O mundo nos perseguindo, não perseguimos as pessoas do mundo, mas oramos por elas, oferecemos a elas a outra face, oferecemos a face do Evangelho, do perdão e da misericórdia.


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