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Mostrando postagens de março, 2021

Páscoa - Os métodos que emprega Jesus com o pecador

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  “O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que o trair.” Judas tinha oculto seus planos a seus companheiros, mas não podia escondê-los de Cristo. Sempre acontece o mesmo: qualquer um pode esconder seus pecados de seu próximo, mas nunca pode escondê-los dos olhos de Jesus Cristo que vê os segredos do coração. Jesus sabia, e era o único que sabia, quais eram os planos de Judas.  E agora podemos ver os métodos que emprega Jesus com o pecador. Jesus poderia ter usado seu poder para fulminar ao Judas, para paralisá-lo, para fazê-lo impotente, até para matá-lo. Mas a única arma que Jesus está disposto a usar é o apelo do amor. Um dos grandes mistérios da vida é o respeito que Deus manifesta para com a livre vontade do homem. Deus não obriga, não coage, só chama.  Quando Jesus trata de evitar que algum homem peque, faz duas coisas.  Em primeiro lugar, enfrenta o homem com seu pecado. Trata de obter que o homem se detenha, v...

Páscoa - O Modo de dar sentido aos erros

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  Jesus está à mesa com os discípulos. A mesa é lugar de comunhão. Jesus manifesta a sua perturbação. Os discípulos percebem que algo se passa, mas não sabem o quê, não têm capacidade de discernimento.  Jesus está só, diante da verdade. Pedro é o discípulo preocupado. João é o discípulo amado. O Mestre é quem ama. O discípulo está no coração do Mestre. Há cumplicidade entre Pedro e João. Judas, pelo contrário, é o traidor.  A hostilidade de Judas é manifesta nas palavras de Jesus, no pão que toma, na saída apressada, na noite onde se perde. “Depois de ele sair” a situação transforma-se. O tema agora é a glorificação de Jesus, o seguimento dos discípulos e a negação de Pedro. Aproximam-se momentos difíceis para todos. É a hora das trevas. As palavras que me esmagam são estas “um de vós me entregará”. “Um de vós” pode ser um qualquer, posso ser eu. Aquele que o vai entregar pode ser um qualquer.  Todas as possibilidades estão em aberto para ser eu, aquele que entrega o...

Páscoa - Adoração Genuína

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  Vinde, e ao mesmo tempo que subimos o monte das Oliveiras, saiamos ao encontro de Cristo, que volta hoje de Betânia onde ressuscitou Lázaro, e, por vontade própria, apressa o passo rumo à sua venerável e feliz paixão, para levar à plenitude o mistério da salvação dos homens.   Jesus faz a sua entrada em Jerusalém, como Messias, montado num burrinho, segundo fora profetizado muitos séculos antes (cf Zc 9:9). E os cânticos do povo eram claramente messiânicos. Estas pessoas simples conheciam bem essas profecias e manifestam-se cheias de júbilo, Jesus aceita a homenagem, e quando os fariseus que também conheciam as profecias, tentaram sufocar aquelas manifestações de fé e alegria, o Senhor disse-lhes:  Digo-vos que, se estes se calarem, clamarão as pedras. (Lc 19:39).    Hoje Jesus quer também entrar triunfante na vida dos homens, sobre uma montaria humilde: quer que demos testemunho dEle com a simplicidade do nosso trabalho bem feito, com a nossa alegria, com a n...

Páscoa - Virtudes essenciais

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  “Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores.    Levantem-se, vamos embora! Eis que o traidor se aproxima.” Mt 26:45b,46   Consuma-se a traição com um sinal de amizade:  Aproximou-se de Jesus e disse: Salve, Mestre. E beijou-o.  Custa a crer que um homem que privara tanto com Cristo pudesse ser capaz de entregá-lo. Que foi que aconteceu na alma de Judas? Presenciara muitos milagres, conhecera de perto a bondade do coração do Senhor para com todos, sentira-se atraído pela sua palavra e, sobretudo, experimentara a predileção de Jesus, chegando a ser um dos doze mais íntimos. Fora escolhido e chamado pelo próprio Cristo para ser Apóstolo.   Que aconteceu na sua alma para que entregasse o Senhor por trinta moedas de prata?   A traição desta noite deve ter tido por trás uma longa história. Judas deve encontrar-se longe de Cristo já desde muito tempo antes, embora continuasse na sua companhia. Nada se passari...

Páscoa - A Oração de Jesus

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  Depois da última ceia, Jesus e os Apóstolos recitaram os salmos de ação de graças, como era costume. A seguir, a pequena comitiva dirigiu-se a um horto vizinho, chamado das Oliveiras. Jesus tinha prevenido Pedro e os demais Apóstolos de que, nessa noite, todos – de um modo ou de outro – o negariam deixando-o só.   Foram em seguida ao lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: Sentai-vos aqui enquanto vou orar. Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a sentir pavor e a angustiar-se. Disse-lhes: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai. Depois afastou-se à distância de um tiro de pedra .  (Mc 14:32-34)   Jesus sente uma enorme necessidade de orar. Detêm-se junto de uma pedra e cai abatido:  Prostrou-se por terra , escreve São Marcos. São Lucas diz:  Ajoelhou-se , e São Mateus pormenoriza:  prostrou-se com a face por terra , embora os judeus normalmente orassem de pé.   Jesus dirigiu-se ao Pai com uma ora...

Páscoa - Contemplar a Paixão

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Nestes dias aproximamo-nos do mistério fundamental da nossa fé: a Ressurreição do Senhor. Se todo o ano litúrgico se centra na Páscoa, este tempo de Quaresma exige de nós uma maior atenção, dada a sua proximidade com os sublimes mistérios da misericórdia divina.    Mas não devemos percorrer com excessiva pressa esse caminho; não devemos deixar cair no esquecimento uma coisa muito simples, que talvez nos escape de vez em quando: é que não poderemos participar da Ressurreição do Senhor se não nos unirmos à sua Paixão e Morte - “Se de fato participarmos de seu sofrimento, participaremos também de sua glória” (Rm 8:17b).   Para acompanharmos Cristo na sua glória, será preciso que penetremos antes no seu holocausto e nos sintamos um só sujeito com Ele, morto no Calvário. Por isso, durante estes dias 'de pandemia e muito sofrimento', acompanhemos Jesus com a nossa oração, na via dolorosa e na sua morte na Cruz. E enquanto lhe fazemos companhia, não esqueçamos que nós fomos prot...

Digo estas coisas para que a alegria de vocês seja completa

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  “As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem.” Santo Agostinho “Tenho lhes dito estas coisas para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.” João‬ ‭15:11 Um dos problemas mais comuns na vida cristã é tentarmos saciar a fome de Deus que há em nós por meio de algum bem criado, isto é, de algo que é menos que Deus.    São Thomás de Aquino declarou que os quatro substitutos típicos de Deus são a riqueza, o poder, o prazer e a honra. Ao sentir nosso vazio interior, tentamos preenchê-lo com alguma combinação dessas quatro coisas, quando é apenas nos esvaziando no amor que podemos criar espaço para que Deus nos preencha.    A tradição clássica deu a esse desejo errante o nome de ‘concupiscência’, mas creio que podemos expressar a mesma ideia recorrendo a u...

Viver é acolher, amar e perdoar

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  No evangelho de hoje Jesus nos convida a reconhecermos nossa pequenez diante de Deus. Ninguém é justo diante do Pai. Os fariseus, cheios de si, acham que simplesmente seguir preceitos e normas já se acham justos e santos, e ao mesmo tempo, julga o seu próximo. Durante muito tempo fomos levados a julgar que, por sermos cristãos, éramos melhores que os outros e mesmo entre os cristãos julgávamos que eles são idólatras e nós espirituais. Durante muito tempo julgamos os outros pela aparência esquecendo o mistério do coração do homem, lugar onde Deus se manifesta e vê no segredo.  Não temos o direito de condenar ou julgar ninguém, pelo contrário, devemos fazer como Jesus nos ensinou e mostrou: Acolher, amar e perdoar. Somos convidados a dar asas ao coração e a crescer na relação com os outros reconhecendo-nos a todos como pecadores e simultaneamente como filhos muito amados do Pai.  O lugar de todos diante de Deus é prostrados de rosto por terra a suplicar misericórdia. Nenh...

As pessoas acima de tudo

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O que motivou diretamente a indignação de Jesus foi a exploração (cambistas que cobravam ágio para troca de moedas, inspetores dos animais que cobravam taxa, venda extorsiva de animais) dos peregrinos por parte de homens sem consciência; mas havia coisas muito profundas por trás desta purificação do templo.  Vejamos se podemos penetrar nas razões ainda mais profundas pelas quais Jesus tomou esta drástica medida. . No templo se praticava a adoração sem respeito. Hoje pode ser uma adoração em que o dirigente ou a congregação carecem da preparação necessária. Pode fazer uso da casa de Deus para propósitos e em forma tal que se esqueça por completo a reverência e a verdadeira função da casa de Deus. Há muita falta de propósito nos cultos. . Jesus agiu dessa maneira, assim como os profetas do AT, para demonstrar que nenhum sacrifício de animal pode justificar o homem perante Deus. Hoje há no lugar cultos, que mais visam entreter do que revelar a natureza pecaminosa e a cruz que salva. O...