Alguém conduz amorosamente a história

 


Maria é a mulher que, depois de aceitar ser a mãe do Salvador, estabeleceu um vínculo especial com o seu Filho, concebendo-o no seu seio e comprometendo-se a aceitar todas as consequências da sua disponibilidade em aceitar o projeto de Deus de salvar a humanidade. O caminho de Maria fica ligado ao caminho de Jesus.


Ela está presente nos momentos principais da manifestação de Jesus, quando alguns mostram a sua adesão ao projeto de Jesus, e também nas circunstâncias em que há dúvidas, interrogações e rejeição por parte de outros. Também ela fez este percurso de descoberta e de aceitação nas diferentes fases da vida de Jesus, desde o nascimento até à morte na cruz. E foi este caminho feito em conjunto com o seu Filho que a levou a participar no sofrimento e na dor e, depois, na ressurreição e na glorificação.


1. O caminho de Maria


– A jovem de Nazaré disse sim ao convite que o anjo lhe dirigiu para ser a mãe do Filho de Deus, mesmo sem lhe ser apresentado qualquer plano de desenvolvimento deste projeto… Ela apenas confiou na palavra que lhe foi comunicada da parte de Deus…


– É a mesma que deu à luz numa gruta em Belém, em circunstâncias imprevistas e humildes…


– Foi ela que, como nenhum outro, soube passar da relação biológica da maternidade para a nova família dos que escutam a palavra e fazem a vontade de Deus…


– Ela, que esteve junto à cruz do Filho, naquele momento da entrega total, em que lhe é confiada a maternidade sobre todos os que acreditam no mistério da salvação de Jesus…


– Esta mulher é mãe, discípula e irmã dos que fazem parte da nova família de Jesus… 


O segredo de ser bem-sucedido, de obter sucesso em sua vocação e propósitos, que aprendemos com Maria, está precisamente em se reconhecer pequena e necessitada. 


Com Deus, somente aqueles que se reconhecem humildes (origem no grego ‘húmus’ - terra; dá origem a palavra homem), ou seja, que tem a consciência de suas limitações; que é modesto. Em que há ou demonstra fraqueza diante de algo ou alguém; inferioridade. De quem expressa submissão em relação ao Criador e Deus revelado no Cristo. Esses que se esvaziam serão cheios de graça, cumulados de virtudes e bem-aventurados.


2. O final é estar com Deus


“Então Maria disse: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,” Lucas‬ ‭1:46-47‬


O cântico do Magnificat, proclamado naquela circunstância do encontro com Isabel, mostra como a vida de Maria é uma vida de encontro com os outros… Não é, de modo algum, uma vida isolada, em que ela guarda as coisas para si e não as partilha…


Neste cântico é recordada a história da intervenção de Deus em favor do seu povo no meio dos medos e dos sofrimentos… 


Esta história é de salvação porque, com os simples e os humildes, os pobres de coração aberto, Deus faz maravilhas…


– Maria reconhece que, aquilo que o Senhor disse ao longo dos séculos, se cumpre… O alcance das suas palavras vai muito mais além daquele encontro de duas mulheres e abrange o destino de toda a humanidade… Maria pode não compreender imediatamente todas as coisas que sucedem, mas reconhece que Alguém conduz amorosamente a história e que o final é de glorificação por obra de Deus…


– Aquilo que Maria diz no Magnificat é a expressão da meditação de hoje: se Deus conduz a história e acolhe os que n’Ele confiam, então as incertezas, as canseiras, as dúvidas e os sofrimentos chegam a um final feliz: com Deus, na glória eterna…

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