Este é meu Filho amado. Ouçam-no!

 


Na Transfiguração do Senhor, se remete a  passagem de Daniel (7,9-10.13-14), onde aparece o “filho do homem”, que serve para mostrar que este Jesus que se transfigura no cimo do monte é aquele que recebeu o poder a honra e a realeza. 


É aquele que se fez homem, mas está ao nível de Deus que tem na mão o fogo para julgar os poderes da terra que se opõem ao seu poder.


Pedro dá testemunho (2Pd 1, 16-19) da sua presença no cimo do monte, quando Jesus se transfigurou e revelou ser ele o cumprimento de toda a lei e de todas as profecias, ao falar com Moisés e Elias. 


Desta forma confirma que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo que anuncia não está fundado em fábulas ou ilusões, mas na voz vinda do céu que dizia: «Este é o meu Filho muito amado, ouçam-no».


Recebemos o Evangelho diretamente daqueles que viram e ouviram na primeira pessoa, por conviverem diretamente com o seu autor, Jesus Cristo. 


O seu testemunho revela que esse Jesus em quem acreditamos está acreditado junto de Deus e a sua palavra é confirmada pelos profetas, Moisés e Elias. “Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro”, diz S. João no seu Evangelho (19, 35), ele que esteve com Pedro no cimo do monte. 


“Nós ouvimos esta voz vinda do céu, quando estávamos com Ele no monte santo” diz Pedro, para entendermos que recebemos a verdade e não fantasias e é nesta verdade que encontramos a luz que nos ilumina até que chegue o dia do Senhor.


Contudo, tem-se a impressão de que o sentido da Transfiguração não esteja todo aqui, isto é, na manifestação da glória de Jesus. A ordem do Pai: “Ouvi-O!”, remete ao que Jesus está para dizer; e o que Ele está para dizer é que o Messias deve padecer muito e ser desprezado? (Mc 9,12), que deve morrer e depois ressuscitar dos mortos (Mt 17,12; Lc 9,31).


Eis que a leitura cristológica de hoje, que Cristo chegou à sua glória (a Transfiguração antecipa a Ressurreição) mediante o sofrimento, inaugurando assim ele mesmo aquele caminho estreito, o caminho da vida (Mt 7,14); diz também que este sacrifício do Filho sanciona uma nova e eterna aliança entre Deus e os homens, como a disponibilidade de Abraão a sacrificar o filho tinha tornado possível a primeira aliança (Gn 22,16ss).


Crer também no sofrimento. É a mais bela prova de confiança que se possa dar a Deus. De Abraão se lê que Esperando contra toda a esperança, teve fé e se tornou pai de muitas nações […]. Eis porque sua fé lhe foi contada como justiça (Rm 4,18.22).


Também nós - concluamos com a apóstolo - irá ser creditado como justiça: cremos naquele que dos mortos ressuscitou Jesus, nosso Senhor (Rm 4,24) e naquele que o transfigurou no Tabor; isto é, cremos que Deus é suficientemente bom e poderoso para resgatar toda dor, toda lágrima e fazer chegar a nós - como Jesus alcançou - através de tribulações momentâneas e leves um peso eterno de glória (2Co 4,17).

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