O que habita em seu interior é o que importa
O Evangelho de hoje é o da concretude e da coerência cristã: a coerência entre as palavras e os fatos, entre a profissão de fé e a prática da vida. Jesus, com estas palavras, não deixa muitas ilusões a ninguém.
A identidade de Israel e sua superioridade sobre os outros povos nascem da Lei (Dt 4,1-2.6-8); ela lhes faz perceber seu Deus “perto deles”, como nenhuma outra religião o é em relação a outros povos, e isto porque a lei encarna a vontade de Deus.
A observância dos mandamentos é a condição para entrar na Terra Prometida: Se queres entrar na vida, observa os mandamentos (Mt 19:17); fazer a vontade do Pai é um dos temas constantes do Evangelho.
Mas a novidade mais profunda é outra. Jesus dedica todo o sentido da Lei do exterior para o interior, dos lábios para o coração, de fora do Homem para dentro dele. Assim Jesus coloca de fato “o machado à raiz”, como havia afirmado João Batista.
Parece que o coração pode estar inclinado para uma determinada direção e a boca vai noutro sentido: podem estar dissociados no culto, no ensino, na pregação e na ação…
Contrapondo à importância que é dada às coisas exteriores, Jesus diz que é do interior do homem que saem as boas e as más intenções… Num tempo em que nos queixamos tanto do que se passa à nossa volta, dos comportamentos dos responsáveis políticos, dos legisladores e dos que controlam a vida em sociedade, seria bom cada um refletir sobre o que habita o seu interior, o seu coração…
Sabemos que Jesus não veio abolir a lei, mas veio levá-la a sua plenitude. E a plenitude da lei se dá no coração, pois Jesus veio trazer o Amor à Lei. Ou seja, é preciso ter uma relação de intimidade com Deus, pela graça que Ele mesmo oferece por meio da comunhão com os santos através da vida no Espírito: oração, humildade, fraternidade, gratidão, vivendo por fé, movidos pela esperança, através do Amor (At 17,28).
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